Governador nomeia ex-deputado Ionilson Sampaio como presidente do Iteraima
14/04/2025
(Foto: Reprodução) Ele foi parlamentar nas legislaturas de 2007-2010 e de 2010-2014 e relator da Lei nº 976/2014, a Lei de Terras. Nomeação ocorre após pedido de exoneração de Dilma Costa, investigada por suspeita de grilagem de terras. Ionilson Sampaio é ex-deputado estadual e cumpriu dois mandatos
Reprodução/Facebook
O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), nomeou nesta segunda-feira (14) o ex-deputado estadual Ionilson Sampaio para o cargo de presidente do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima). Ele foi parlamentar nas legislaturas de 2007-2010 e de 2010-2014 e relator da Lei nº 976/2014, a Lei de Terras.
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A nomeação ocorre após a ex-presidente Dilma Lindalva Pereira da Costa pedir exoneração do cargo na última terça-feira (8). O pedido foi atendido pelo próprio governador.
Ela é investigada pelo Ministério Público de Contas (MPC) e em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) por suspeita de integrar um esquema de grilagem de terras.
🔎 A grilagem, também chamada de roubo de terras, é a ocupação ilegal e fraudulenta de terras públicas, que em alguns casos ocorre por meio de documentos falsos para a obtenção de títulos de propriedade.
Sampaio é graduado em Odontologia, com atuação como cirurgião-dentista, já foi presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e também é servidor efetivo como perito do Ministério da Saúde em Roraima.
Investigação sobre grilagem de terras
Na última segunda-feira (31), a CPI passou a investigar oficialmente Dilma e o diretor de Governança Fundiária do órgão, João Sílvio Silva. Segundo a Ale-RR, ela tentou obstruir as investigações.
Durante as oitivas, os deputados questionaram a concessão de Autorizações de Ocupação (AOs) a pessoas que alegam residir na área requisitada, mas que, segundo as investigações, vivem fora do estado.
Para simular moradia e produção, alguns beneficiados teriam levantado barracos e realizado plantações improvisadas. No caso do diretor de governança, a CPI constatou que ele não possui formação técnica para exercer o cargo e, mesmo assim, alterou laudos emitidos por especialistas do Iteraima.
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Já as suspeitas do MPC contra Dilma incluem favorecimento indevido na regularização fundiária da Gleba Baliza, estimada em 904 mil hectares, além de grilagem e prejuízos que podem chegar a R$ 1,3 bilhão para os cofres públicos. A presidente tem status de secretária de Estado e integra o alto escalão do governo.
Em março deste ano, o governador chegou a defender Dilma das acusações e classificou as denúncias como "improcedentes". Já a ex-presidente classificou as acusações como "informações bastante truncadas" e que as denúncias levadas ao MPC "não condizem com a verdade".
Denarium chegou a destacar a carreira de Dilma como servidora efetiva do estado e que a escolheu como presidente do órgão. De acordo com ele, as denúncias mostram que há pessoas "tentando desconstruir o trabalho do governo do estado". Questionado sobre quem seriam as pessoas, ele não respondeu.
Moradores da região Sul de Roraima relataram durante a primeira reunião da CPI que chegaram a ter casas queimadas, plantações destruídas e foram até agredidos por conta de conflitos com grileiros na região. Os relatos foram colhidos pelos deputados que integram a comissão.
Pequenos produtores da região Gleba Baliza já indicavam preocupação com a regularização fundiária na região durante um audiência pública realizada em maio do ano passado. À época, denunciaram a demora na regularização das terras. A gleba tem um total de 904 mil hectares e abrange áreas nos municípios de Caroebe, São João da Baliza e São Luiz.
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